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29 de junho de 2008

Indústria Cultural


1. O presente artigo prentende mostrar de forma bastante resumida a história dos principais pontos da Escola de Frankfurt.
2. Histórico da Escola de Frankfurt e o conceito de Indústria Cultural.
3. Frankfurtiano interessante.


Os nomes dos filósofos que mais se destacam da Escola de Frankfurt são Marx Horkheimer (1895-1973), Theodor W. Adorno (1903-1969), Walter Benjamin (1892-1940), Jürgen Habermas (1929), Hebert Marcuse (1898-1979) e Erich Fromm (1900-1980). Esses intelectuais desenvolveram estudos a partir de uma orientação abertamente marxista e as idéias dessa corrente de pensamentos encontram-se na Revista de Pesquisa Social, um dos documentos mais importantes que divulgavam opiniões sobre a alma européia no século XX. Seus colaboradores traziam reflexões críticas sobre a economia, política e a cultura da sociedade de seu tempo.
Em 1924, Marx Horkheimer e o economista Friedrich Pollock fundam o Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt. Seis anos depois, Horkheimer assume a direção do Instituto. “O Instituto engaja-se na crítica da prática política dos dois partidos operários alemães (comunista e social-democrata), cuja ótica “economista” é atacada. O método marxista de interpretação da historia e modificada por ferramentas emprestadas à filosofia da cultura, à ética, à psicossociologia e à “psicologia do profundo”. O projeto consiste em fazer a junção entre Marx e Freud” (Mattelart, 1999).
Os estudos filosóficos dos frankfurtianos ficaram conhecidos como Teoria Critica (Européia). Ou seja, eles não queriam só constatar em números e dados – como faziam as Teorias Americanas (Administrativas) – mas sim criticar e ferir a cultura de massa ou a natureza industrial das informações localizadas em obras como filmes e músicas.
Adorno e Horkheimer compartilham sentimentos negativos sobre esses veículos de comunicação de massa e afirmam que “A necessidade de se limitar a dados seguros e certos, a tendência a desacreditar toda a pesquisa sobre a essência de fenômenos como ‘metafísica’, corre o risco de obrigar a pesquisa social empírica a se restringir ao não-essencial, em nome do que não pode constituir objeto de controvérsia. Com excessiva freqüência, a pesquisa se vê impondo seus objetos pelos métodos de que dispõe, quando seria preciso adaptar os métodos ao objeto” (Horkheimer, 1972).
Esses pensadores acreditam que os meios de comunicação de massa abortaram os ideais iluministas do século XVIII. Ou seja, o objetivo do Iluminismo foi de trazer avanço da razão, da tecnologia e a libertação do homem de suas crenças mitológicas e supersticiosas. Isso deveria trazer somente resultados bons como uma sociedade livre e igualitária. No entanto, o Aufklaurung (Iluminismo) foi dilacerado ao meio. Isto é, quando os frankfurtianos judeus se depararam com as campanhas nazistas e com as vendas ideológicas ocorridas pelos meios de comunicação, eles passaram a utilizar o nazismo como uma das provas de que a racionalidade técnica estava escravizando o homem da sociedade moderna em vez de libertá-lo.
Os intelectuais ressaltam ainda que as ciências e as tecnologias impedem a conscientização da vida desigual que os indivíduos se encontram. Ou seja, em vez de um trabalhador ler um bom livro, ir ao teatro e se nutrir de cultura, ele prefere sentar-se à frente da televisão e se “desligar” do estresse diário. É assim que a indústria cultural controla seus “fantoches alienados”.
O conceito de indústria cultural foi aplicado pela primeira vez em 1947. Esse termo foi usado em um texto clássico, Dialética do Esclarecimento, obra criada por Adorno e Horkheimer. Eles definem a indústria cultural como um sistema político e econômico. A finalidade desse sistema é de produzir bens culturais – filmes, músicas, livros e programas de televisão – como se fossem meras mercadorias. Armand Mattelart, em seu livro História das Teorias da Comunicação, também concorda com o conceito criado por Adorno e Horkheimer “A indústria cultural fixa de maneira exemplar a derrocada da cultura, sua queda na mercadoria. A transformação do ato cultural em valor suprime sua função crítica e nele dissolve os traços de uma experiência autêntica. A produção industrial sela a degradação do papel filosófico-existencial da cultura” (Mattelart, 1999).
Depois da Segunda Guerra Mundial, Adorno e Horkheimer voltam à Alemanha. O Instituto se reorganiza em 1950. Porém, esses dois intelectuais seguem caminhos bem diferentes. Isto é, as críticas de Adorno se tornam extremamente radicais. Ele desenvolve um estudo, que ficou conhecido como Dialética Negativa. Essa pesquisa analisa esteticamente a cultura e a arte. Por fim, Horkheimer caminha pelo estudo do estado e passa a interpretar questões a partir de uma ótica religiosa.


Frankfurtiano interessante

Foto: Walter Benjamin

Os frankfurtianos foram os primeiros pensadores que detectaram os efeitos e as conseqüências nocivas da mídia na formação crítica e cultural de uma sociedade. No entanto, com a tomada de Hitler no poder, em 1940, esses grupos de intelectuais judeus tiveram que sair da Alemanha e se exilarem nos Estados Unidos. Porém, um dos membros do grupo, que trazia no rosto traços de imensa tristeza e melancolia, não suportou fugir da temível corporação nazista, conhecida como Gestapo, e decidiu se matar.
O intelectual em questão era Walter Benjamin, um dos principais pensadores originais da Escola de Frankfurt. Após sua morte, aos 48 anos, vários amigos do pensador deixaram depoimentos sobre sua personalidade e obra. Adorno dizia que Benjamin era a figura mais misteriosa do grupo e seus interesses eram freqüentemente contraditórios. Outro amigo de Benjamin, Gerschom Scholem, relatou que após um ano do começo da Primeira Guerra Mundial, em 1915, seu companheiro já estampava sentimentos de profunda melancolia. Durante todo seu exílio parisiense, o intelectual produziu uma imensa obra inacabada de filosofia da história, cujo título era O Livro das Passagens, Paris, Capital do Século XIX.

Larissa Araújo.®